Agência Senado
- 24/04/2018
A Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle e
Defesa do Consumidor discutiu nesta terça-feira (24) os aumentos nos planos de
saúde da Geap, que atende servidores públicos federais do Executivo e seus
familiares. Parlamentares e a Defensoria Pública observaram que as mensalidades
tenham dobrado nos últimos três anos, com reajuste oito vezes maior do que a
inflação no mesmo período.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que pediu a
audiência, argumentou que os reajustes acima da inflação preocupam os 455 mil
servidores segurados.
— Numa série histórica, os reajustes de 2016 até 2018, temos
um acumulado de reajuste de 104%. A inflação no mesmo período é de 12%. Nós
temos aqui uma diferença de pelo menos de oito vezes entre a inflação no
período e o reajuste obtido pelo planos de saúde — criticou.
O presidente do Conselho de Administração da Geap, Marcus
Vinícius Pereira, afirmou que, apesar dos aumentos, os planos da entidade ainda
são mais baratos que os dos concorrentes no mercado. Ele também argumentou que
os reajustes são consequência do crescimento da inadimplência e da queda no número
de segurados.
Uma decisão liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) proíbe
novos convênios entre o governo federal e a Geap, o que segundo Pereira
prejudica a arrecadação. Ele ainda revelou que uma auditoria interna está
investigando eventuais erros nas últimas administrações da Geap.
— Todas as denúncias e todos os malfeitos estão sendo
apurados e serão apurados de forma a dar total transparência às ações da Geap.
Seja para o governo e seja principalmente para os beneficiários, que são
praticamente as pessoas mais importantes da Geap hoje — afirmou.
A Defensoria Pública criticou a falta de fiscalização das
autoridades da área de saúde e cobrou informações mais detalhadas sobre as
contas da Geap. A entidade se comprometeu a repassar todos os dados disponíveis
para a Defensoria e para a Comissão.
Com a Rádio Senado